segunda-feira, 25 de junho de 2007

O Documentário

Estou postando o roteiro do nosso documentário que foi entregue a professora Joana.

INTRODUÇÃO.
Minha pesquisa começou na observação dos trejeitos e das manias do meu objeto a ser documentado: minha própria irmã. Mas não vendo com olhos de irmã, e sim com os de alguém que busca a essência dos sentimentos de alguém que vive de arte e para ela.
A idéia inicial era abrangente até demais: falar sobre música e a falta de incentivo que os bons músicos tem no Brasil.Essa idéia foi, porém, substituída pela idéia de falar de apenas uma pessoa, e escolhi alguém que sempre estudou e se interessou por música e que acaba de entrar para o curso de Regência e Composição da UNESP.
A intenção é a de fazer um filme “mudo”, no que se refere a diálogos e narrativas, e que tenha apenas músicas que falem por si sós.
Mas, como fazer isso dar certo? Esse será o maior desafio, haja a vista que uma imagem sem palavras precisa ser muito forte para transmitir um sentimento, sensação ou história. E é esse desafio ao qual estamos nos propondo.

“FONTES DE INSPIRAÇÃO E PESQUISA”: Pesquisando sites e artigos sobre documentários, pude perceber que não estava fugindo tanto assim da proposta do curso, descobri que documentários podem tender à ficção e utilizarem formas mais sutis para transmitir a idéia/fato ou história em questão, isso aliviou e deu maior segurança para dar continuidade ao projeto.
No site a seguir - http://cienciaecultura.bvs.br/scielo.php?pid=S0009-67252004000400026&script=sci_arttext – encontrei o seguinte texto:

“(...) Mais sedução. ‘O cineasta defende políticas de estímulo para que o público entre no cinema para conhecer a produção atual de documentários, o que inclui até a redução do preço do ingresso. Existe hoje uma produção mais instigante e sedutora’, diz. O próprio Goifman fez um documentário autobiográfico, o 33, onde trata da questão de adoção, ao registrar a busca por sua mãe biológica. O filme se estrutura de forma parecida com a ficção, como aponta o crítico e professor de cinema Jean-Claude Bernardet.
‘ O bom documentário tende à ficção; a boa ficção tende ao documentário [1]’, nas palavras do cineasta francês Jean-Luc Godard ao se referir ao cinema de seu compatriota, Jean Rouch[2], que morreu no início deste ano. Rouch transcende o terreno do documentário, misturando procedimentos e influências da ficção no desenvolvimento de seus filmes. Em Eu, um negro (Moi, un noir), de 1958, os personagens, reais, ‘fazem de conta’ que são atores conhecidos do cinema americano, ficcionalizando a si próprios. ‘Os filmes de Rouch são, de certa forma, ficcionais’, avalia Bernardet.
‘O documentário não tem que informar, educar, não é jornalismo; mostra maneiras de se ver o mundo’, pondera o cineasta Eduardo Coutinho de Cabra marcado para morrer e Edifício Master. Goifman entende o abandono do didatismo como um dos fatores para esse bom momento do cinema não-ficcional. O diretor empresta seu olhar mas não reproduz a realidade em si, diz Goifman citando o filme Prisioneiro da grade de ferro, de Paulo Sacramento, sobre o presídio Carandiru, mas sem pretender desvendar a totalidade dos fatos.’

Pesquisas sobre como fazer um filme e sobre música ainda estão em andamento, escolhemos alguns livros dos quais ainda estamos extraindo materiais, são eles: Os Filmes de Minha Vida - François Truffaut, De sons e Signo-(diversos autores), Dicionário de Cineastas Brasileiros-Luiz F.A. Miranda, 101 Dicas Essenciais Vídeo-Roland Lewis, Música Impopular-Julio Medaglia.
A técnica e desenvolvimento do roteiro e do documentário em si foram pesquisados em diversas fontes, como:
http://www.rc.unesp.br/igce/planejamento/nuppag1/Escrevendo%20um%20documentario.pdf
Mas apenas para termos uma noção mais didática de documentários, por que acreditamos que nossa proposta não se encaixa em formas muito rígidas de roteiro e filmagem.

ROTEIRO:

O documentário acompanhara um dia, mas não de forma linear, de uma menina que “vê” música em tudo.Da sua parceria silenciosa com o avô que, assim como ela, também toca piano e do diálogo musical que se estabelece entre os dois.
A faculdade de música e a cidade de São Paulo serão palco para o desenrolar da trama.
A música faz com que a personagem veja todo o caos e as tristezas da cidade e dos ambientes pelos quais passa de forma mais otimista e lúdica, por onde passa músicas tocam e a cena fica colorida.
No fim fica a dúvida: é ou não real o mundo no qual vivem os artistas?
A poesia das músicas falará por si sobre quem vive de arte, através de um caleidoscópio de quem observa tudo com a leveza característica dos artistas por vocação, os raros e não reconhecidos artistas por natureza.



TRILHA SONORA:

Algumas múicas já estão escolhidas, algumas de Yann Tiersen, de Lou Reed, de Tchaikovski, de Chopin, temas do Cirque du Soleil entre outros.



[1] Uma boa justificativa para minha idéia, encontrada nas palavras de Godard.
[2] Nós assistimos a um documentário dele na aula, se não me engano.

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